segunda-feira, 30 de janeiro de 2012




“Insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes.”
Albert Einstein








Olha que legal essa poesia.
Às folhas tantas do livro matemático,
um Quociente apaixonou-se um dia doidamente por uma Incógnita.
Olhou-a com seu olhar inumerável e viu-a do ápice à base uma figura ímpar;
olhos rombóides, boca trapezóide, corpo retangular, seios esferóides.
Fez de sua uma vida paralela à dela até que se encontraram no infinito.
"Quem és tu?", indagou ele em ânsia radical.
"Sou a soma do quadrado dos catetos.
Mas pode me chamar de Hipotenusa."
E de falarem descobriram que eram (o que em aritmética corresponde a almas irmãs)
primos entre si.
E assim se amaram ao quadrado da velocidade da luz numa sexta potenciação 
traçando ao sabor do momento e da paixão retas, curvas, círculos e linhas sinoidais
nos jardins da quarta dimensão.
Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclidiana e os exegetas do Universo Finito.
Romperam convenções newtonianas e pitagóricas. 
E enfim resolveram se casar constituir um lar, mais que um lar, um perpendicular.
Convidaram para padrinhos o Poliedro e a Bissetriz. 
E fizeram planos, equações e diagramas para o futuro sonhando com uma felicidade 
integral e diferencial. 
E se casaram e tiveram uma secante e três cones muito engraçadinhos.
E foram felizes até aquele dia em que tudo vira afinal monotonia.
Foi então que surgiu O Máximo Divisor Comum freqüentador de círculos concêntricos, viciosos. 
Ofereceu-lhe, a ela, uma grandeza absoluta e reduziu-a a um denominador comum.
Ele, Quociente, percebeu que com ela não formava mais um todo, uma unidade. 
Era o triângulo, tanto chamado amoroso.
Desse problema ela era uma fração, a mais ordinária. 
Mas foi então que Einstein descobriu a Relatividade e tudo que era espúrio passou a ser 

moralidade como aliás em qualquer sociedade.


Autor: Millor Fernandes

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